Prêmios em 2022
Em 2022 pude receber o prêmio na categoria “Política” no Prêmios Especialistas e o reconhecimento do IREE de Jornalismo após as minhas contribuições nesse ano.
Durante toda a leitura de “Cartas para minha avó”, da Djamila Ribeiro, era minha avó materna, dona Diair, que me vinha à memória, junto com a minha mãe, sempre.
Afinal, ela era minha madrinha, além de ter sido a mais forte das duas. Mas calhou de eu terminar o livro neste apartamento, a casa da dona Alduína, minha avó paterna, essa das fotos com as irmãs e o amado.
Carioquíssima, a que tinha a responsabilidade de aguentar e tentar abrandar meu avô, que tinha fogo nas ventas e era meu padrinho (na troca de casais para me batizar, meus pais escolheram os dois que eram os “alfas” em sua casa; tema para terapia).
Tem muito das minhas duas avós no livro da Djamila. Mas tem tanto sentimento que eu nunca vou conseguir alcançar.
A relação entre uma menina negra e as mulheres que a geraram, uma história de superação de humilhações e violências, mas também de um amor poderoso, porque forjado na certeza de que aquela menina seria grande, como é.
Querida Djamila, obrigada por abrir tanto de você nesse seu livro, como em nenhum outro dos seus livros que eu li. Parabéns pela jornada interior tão profunda que você faz.
Lendo suas cartas para sua avó, eu entendi melhor as mudanças sutis que noto em você desde que acompanho seu trabalho. E vejo a gênese e a busca da mensagem mais poderosa que você deixou no Roda Vida, a de que além e antes de tudo você e todas nós mulheres queremos e merecemos ser felizes. Seja. Porque na sua felicidade tem tanta potência quanto na sua teoria e na sua militância.
Termino seu livro em comunhão com as mulheres que vieram antes de mim. E te admirando ainda mais.